domingo, 13 de fevereiro de 2011

A pulga acrobata

Estávamos eu e o Dr. Esparadrapo no Hospital São Vicente e, quando passávamos pela ortopedia, notamos que em um dos quartos havia uma menininha linda de cabelos cacheados, sorriso fácil e encantador. Ela havia quebrado o braço e estava acompanhada de sua mãe e de outra pessoa no quarto. Dr. Esparadrapo rapidamente veio até mim e disse para fazermos a brincadeira da pulga acrobata.

Entramos no quarto e anunciamos o “Grande espetáculo, a pulga acrobata”. Fizemos a brincadeira utilizando uma trena que ele havia levado. Eu fingia pegar a pulga de dentro do meu bolso, todo atrapalhado, claro, e simulava jogar a pulga para o alto. Então, o Dr. Esparadrapo de prontidão simulava a queda da pulga na trena, fazendo com que ela se envergasse, como se o bichinho tivesse caído ali.

Os olhos daquela pequena menina brilhavam, e o sorriso, que já não tinha grande dificuldade para aparecer, saltou à nossa frente. Aquela menininha sorriu e deu gargalhadas com nossas trapalhadas. Quando achávamos que tínhamos cumprido nossa missão, vimos que o show estava apenas na metade. A menina disse: “Quero ver a pulga fazer outra coisa”. Depois de um silêncio e de uma rápida troca de olhares, eu disse a ela que a pulga acrobata iria andar sobre a corda. Improvisamos uma nova apresentação, fazendo o bichinho andar sobre a trena, como se estivesse numa corda bamba.

Entre várias situações bacanas que já vivenciei, essa realmente me marcou, assim como o sorriso e o brilho nos olhos daquela criança. Só posso agradecer por fazer parte deste grupo tão maravilhoso e mágico.

Dr. Kakulê


Nenhum comentário:

Postar um comentário